sábado, 12 de dezembro de 2009

Ética - uma tentativa de definição
A ética é uma característica inerente a toda ação humana e, por esta razão, é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma espécie de “consciência moral”, estando constantemente avaliando ou julgando suas ações para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.
Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a ótica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos.

Qual a importância da ética no dia-a-dia do RH?
por Camila Micheletti

Sem dúvida, a ética é um atributo fundamental para o RH, como em todas as outras profissões. A intenção desta enquete é saber o que pensam os gestores de RH sobre esse assunto, que apesar de ser tão fundamental anda muito em falta atualmente no meio empresarial. Fizemos a pergunta acima para consultores e gestores de RH de empresas. Confira as respostas:

"É primordial que tenhamos ética no RH. No dia-a-dia conhecemos as pessoas no seu íntimo: entrevistamos, contratamos, promovemos, demitimos, reorientamos carreiras, avaliamos performance, etc., etc. Sabemos da vida anterior e todas as experiências profissionais, acompanhamos a rotina do trabalho e conhecemos os possíveis futuros passos de cada um dos empregados. Recebemos os jovens que estão no início da carreira profissional, em seu primeiro emprego aprenderão o modelo por nós apresentado e valorizado. Com todos estes conhecimentos e informações a respeito dos empregados, imagine se não mantivermos a ética no seu mais alto grau? Ética deve ser um valor e não uma competência dos profissionais de Recursos Humanos".

Viviane Marrese, Coordenadora de Trainees e Estagiários da Rhodia Brasil.

"Em uma empresa de comunicação a questão Ética é a palavra de ordem e deve estar presente em todos os movimentos da empresa. No caso específico da Abril é preciso que o funcionário, independente de sua formação, posição ou área em que atue, tenha muita clareza da importância da ética por ser esse um dos valores mais importantes da Organização.
Nosso Vice-Presidente Executivo, Thomaz Souto Correa, em uma de suas aulas magistrais aos recém-chegados alunos do XX Curso Abril de Jornalismo, comentou o seguinte: "Fazemos boas revistas porque buscamos qualidade editorial, o que exige técnica, talento, sensibilidade, pesquisa, imaginação, coragem e, acima de tudo, compromisso com o leitor. Ele é o nosso verdadeiro patrão. A credibilidade deve ser construída a cada edição. É conquistada com dificuldade e pode ser perdida facilmente. É fundamental reconhecer e corrigir erros. Isso reforça a confiança que o leitor deposita em nós. Nosso compromisso supera as fronteiras editoriais. Nossa postura ética extrapola o editorial".
Portanto, esse é o nosso maior bem - ser ético e íntegro. Quando o funcionário chega na empresa reforçamos esse valor já na sua integração. É o princípio de tudo para que a empresa continue sendo o que é e tendo a credibilidade que tem.

Malu Sanches, Gerente de Recursos Humanos da Editora Abril

"Trabalho como HeadHunter e o segredo do sucesso do meu trabalho, principalmente em relação aos candidatos, é a ética e logicamente o total e absoluto sigilo de dados e informações. Colaborar com a estratégia das empresas também requer ética e profissionalismo".

Monica Zamijovsky, headhunter da consultoria de RH ZagWork

"A Ética, que é a ciência do dever e do ser humano, em oposição às leis físicas, tem uma regra básica: é o conjunto das condutas que permite a todos atingirem os seus verdadeiros fins. Da mesma forma que a verdade, não é possível viver sem respeitar os princípios éticos. Mesmo entre as piores quadrilhas existem regras éticas que são mantidas com rigor extremo. Com a verdade acontece a mesma coisa: basta imaginar um mundo em que todos mentem...
No trabalho, assim que percebemos em um profissional sinais de um comportamento inadequado, mesmo expressões que apenas indiquem estefato, inevitavelmente nos afastamos do mesmo. É preciso muito cuidado com brincadeiras ou “sacadas” de humor, pois às vezes são sinais de perigo para um relacionamento de amizade e, mais que isso, de trabalho.
Não vamos confundir preconceito com ética: vivemos em mundo tão complicado que, além de sermos éticos, temos que mostrar uma conduta correta. Todos precisam atingir seus fins, temos queter cuidado com uma ação que possa interfirir nos objetivos de carreira de outra pessoa e de resultados para a empresa. E ela, a empresa, tem que ser a primeira a deixar claras as regras de um comportamento correto".

Valores E Ética Para Organizações
por : lizholmes
Autor : S.K.CHAKRABORTY

* Ainda não avaliado
* Visitas : 539
* Palavras:300
* Comentários : 0

Este resumo foi traduzido de VALUES AND ETHICS FOR ORGANISATIONS
Neste mundo, animais e pássaros vivem conosco como seres viventes. Mas nós somos diferentes dos outros seres. Nós somos chamados
seres humanos. Até hoje, muitos de nós não tem idéia do que sejam valores humanos. O professor Chakraborty explicou distintamente neste livro o que são valores humanos e também desvalores. O livro explica como a sociedade está enfrentando um grande desafio para manter seu equilíbrio, enquanto os desvalores estão longe de traçar os valores humanos nesta era de liberalização e globalização. Dificilmente alguém espera considerar a necessidade de se ajustar aos valores humanos. Além de fortalecer entendimento e também facilitar a aplicação, o livro contém ilustrações do mundo dos profetas. Em uma linguagem simples o livro explica o que é ego e como ele retarda o desenvolvimento humano. Isso leva à inquietação em todo lugar. Através de estudos de caso o livro alia a teoria à prática dos valores humanos. O livro também contém respostas de estudantes e também de empresários sobre valores humanos e ética. Através do título do livro - Valores e Ética para Organizações - , ainda se torna uma peça incrível para aplicar na vida pessoal ou familiar como organozação. O último caso - de Michiko Ganga de 17 anos - é uma obra-prima para todos os bons empresários que estão competindo no mundo atual por vantagens em suas organizações.

Ética nas Organizações

Organizações constroem sua própria moral.

O conceito de responsabilidade social, entendido como compromisso de retribuir como bem-estar social ao uso dos recursos sociais e naturais, articula-se no modelo teórico referencial de Business Ethics na dimensão da ética de responsabilidade, entendida como a preocupação com as conseqüências de seus atos sobre os seres humanos, numa visão integrada de dimensões econômicas, ambientais e sociais que se relacionam e se definem. As outras dimensões da BE, a ética afirmativa do princípio de humanidade e a ética geradora de moral convencional permitem, por causa das demandas sociais e no sentido estratégico de definir o caráter da organização frente às condições do ambiente em que atua, que a organização escolha os conjuntos de princípios, valores e regras de comportamento moral – as atuações éticas possíveis – que resultam adequados para seus propósitos.

Esses conjuntos de princípios, valores e regras de comportamento moral respondem à necessidade social de regular e orientar as relações humanas de um determinado grupo social numa determinada direção. A realidade moral varia historicamente e, com ela, variam as práticas, princípios, valores e regras em vigor em determinado contexto histórico-cultural. Isso porque a vida moral compõe a dinâmica história humana de autocriação, no sentido de definir princípios de conduta, valores de bem e mal, permitido e proibido, recomendável e reprovável – relacionados com os valores individuais –, e regras de comportamento moral, entendido como consciente, responsável, baseado na liberdade de escolha e guiado pela vontade e pela razão. Assim, as pessoas são capazes tanto de interiorizar e legitimar valores, normas e princípios, como de criar novos. Assim ocorre com o indivíduo na organização, e com a organização no ambiente, todos inseridos num processo dinâmico de influência recíproca entre a cultura e os hábitos individuais, de um lado, e de outro os princípios, valores, regras de comportamento morais.

Esses princípios, normas ou valores de uma determinada moral, digamos a moral de uma organização, não precisam ter o rigor, a coerência e a fundamentação das proposições científicas, então vale lembrar que a ética, a ciência da moral, aborda cientificamente questões fundamentais como as relações entre responsabilidade, liberdade e necessidade, e as relações entre a estrutura social e seu código moral. Assim, a ética está relacionada à vida em sociedade, e, como cada cultura e sociedade instituem uma moral, a ética não formula juízos de valor sobre práticas morais em nome de uma moral absoluta e universal, mas explica a razão de ser da pluralidade e das mudanças. Desse modo, pode contribuir apenas de forma especulativa, para fundamentar ou justificar certa forma de comportamento moral, ao buscar concordância com determinados princípios filosóficos universais de uma moral cosmopolita, aqueles nos quais buscamos eliminar a agressão na relação com o outro, ao mesmo tempo em que procuramos manter a fidelidade a nós mesmos, a coerência de nossa vida e a inteireza de nosso caráter.

Entendida desse modo, a ética ilumina decisões organizacionais estratégicas para servir ao ideal da construção de práticas organizadoras corretas, para dar exemplo e testemunho de retidão, e tentar contribuir para uma sociedade sustentável, com práticas como ouvir os stakeholders (idealmente todo o planeta) e integrá-los ao processo de decisão, além de definir e mostrar (transparência) os critérios e valores que formam o caráter da organização, formando o hábito da atuação ética pela repetição das ações e decisões como expressão do caráter dos indivíduos no contexto organizacional.

Nesse sentido, as organizações têm, além da dimensão política da cidadania corporativa da responsabilidade social, uma dimensão ética de afirmação de seus valores na cultura, transformando esses valores em práticas. Entre as opções de atuações éticas possíveis, a organização tem a liberdade de escolher as que projetem sua imagem e que atendem à demanda do seu papel social. É para disseminar na cultura essa moral escolhida que as organizações constroem o ethos corporativo começando por si mesmas e tentando influenciar as condições do ambiente. Conforme essas condições do ambiente em que atuam, e sempre em tensão com elas e limitadas pelo que as circunstâncias permitem, as organizações têm a liberdade, vista como possibilidade objetiva, de escolher e tornar possível o conjunto de valores e as regras de comportamentos alternativos que resultam adequados para seus propósitos, ou seja, cada organização pode construir sua própria moral.